EM DEFESA DA ÁRVORE- O CARVALHO
O género a que pertence o carvalho (Quercus L.) possui mais de 600 espécies, distribuídas pelas zonas temperadas do hemisfério norte e grandes altitudes das regiões tropicais da América do Sul e da Ásia, muitas delas com grande interesse económico pela sua madeira, entrecasco ou fruto.
O sobreiro (Quercus suber L.) é uma das espécies cultivadas nos Açores. Bastante raro entre nós, conhecemos um velho exemplar, na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, muito próximo da nascente da Granja.
A espécie carvalho (Quercus robur L.) é citada por Amaral Franco como sendo cultivada nas ilhas de S. Miguel e Pico. Nunca observamos áreas significativas florestadas com esta espécie.
Na Ribeira Seca de Vila Franca, existiu um exemplar de carvalho negral (Quercus toza Bosc.) que foi cortado em 1971. A. Emiliano Costa refere-se a ele no seu artigo «Árvores notáveis em S. Miguel», publicado no Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, nº 17, de 1953, do seguinte modo: «É sem exagero um dos melhores tipos desta espécie, pois mede 5,2 metros de perímetro à altura do peito, correspondente a um diâmetro de 1,625 m de dimensões raramente atingidas por árvores desta espécie». Na altura do seu corte, era seu proprietário o Sr. Arcádio Teixeira e foi comprador o Sr. Miguel Raposo de Amaral que teve de empregar o trabalho de 66 homens para o serrar e carregar, sendo necessário para o seu transporte 14 furgonetas e 2 camiões de 8 toneladas. Convém registar que o seu corte foi após a sua morte natural (queda) aos (cerca de) 176 anos de idade.
Hoje, não conhecemos nenhum exemplar que mereça a classificação de interesse público. Será que não existe?
(Publicado no “Correio dos Açores”, a 17 de Fevereiro de 1989)
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