quarta-feira, 7 de abril de 2010

Roubos nas lojas, nas quintas e nas casas de Vila Franca do Campo geram indignação de populares e comerciantes



Porta arrombada a 29 de Março de 2010


Manga comida pelas cabras, dia 29 de Março de 2010



Furto de criptomérias no dia 27 de Fevereiro de 2010

Pese embora a polícia não ter dados dos roubos no concelho, porque as pessoas não fazem queixa - , o Comissário Ruben Medeiros diz que a polícia está atenta a esta manifestação de insegurança...

Depois de um período de acalmia, a população e os empresários de Vila Franca do Campo estão desesperados com a onda de furtos que está a acontecer no concelho, desde Água d´Alto à Ribeira das Tainhas passando pelo centro da primeira capital de São Miguel. Ao Correio dos Açores um empresário de Vila Franca do Campo diz que nada está a escapar ao amigo do alheio. Todos os dias há furtos em residências, estabelecimentos comerciais, quintas e estufas.

O comerciante – que é proprietário de uma rede de estabelecimentos comerciais – diz que os ladrões (alguns conhecidos da população) vendem ananases e não têm estufas nem os compram a quem os têm; vendem laranjas e outras frutas e não têm quintas, enfim “vive-se um ambiente de impunidade e não sabemos como é que se controla isso. Há muita gente que é assaltada e que não faz queixa na polícia porque vai gastar o seu tempo mas como os ladrões não foram apanhados em flagrante delito não há seguimento”.

Mais diz que há núcleos referenciados na Vila Franca de que podem ser os autores dos crimes mas sem flagrante “de pouco vale”. Também opina que “isso não é obra de desempregados que por via da crise ficaram sem emprego mas sim de drogados”.

Sobre a legislação, este empresário – identificado perante a nossa redacção – não se coíbe de dizer que a culpa não é dos magistrados mas sim dos deputados que fizeram as leis que deixam este sentimento de impunidade na opinião pública.

Diz que sempre que acontece um roubo nas suas lojas faz a participação porque os amigos do alheio levam de tudo mas o sentimento que fica é de que pouco se fez em relação ao muito que foi roubado. Portanto, “Em Vila Franca do Campo o ambiente que se vive é de impunidade e de insegurança – não porque tenhamos medo mas porque ficamos sem os nossos haveres”.

O Comissário Ruben Medeiros da Polícia de Segurança Pública disse ao nosso jornal que à esquadra de Vila Franca do Campo, sob o ponto de vista estatístico, não chegaram quaisquer denúncias e/ou ecos formais deste tipos de situações relatadas pela população e pelos empresários. Daí que o Comissário aproveite a ocasião para lançar o repto às pessoas para que elas denunciem as situações para que os agentes de autoridade possam trabalhar sobre a dimensão do problema.

Por outro lado, diz que a polícia também tem conhecimento de que há gente que furta fruta e vá vender a preços mais baixos a pessoas idosos. Diz que quando situações do género são detectadas os agentes de autoridade apreendem a fruta, mas depois como não há queixa a polícia não a pode devolver porque o proprietário da mesma não deu participação do acontecido. “Não sabemos a quem devolver porque ninguém denunciou”. Ruben Medeiros também sublinha da necessidade que há de as pessoas quando desconfiarem de que há alguém a vender fruta e/ou produtos hortícolas e que desconfie que é furtada – por quem está a vender não lhe ser conhecido quaisquer terrenos/pomares onde os possa apanhar e/ou cultivar – que denuncie às autoridades competentes.

Pese embora a polícia de Vila Franca do Campo não ter dados concretos dos furtos e roubos ocorridos em massa no concelho, Ruben Medeiros diz que a polícia está atenta a esta manifestação de indignação e de insegurança que as populações do concelho vivem em lugares concretos e garantiu que vai ser dirigido para aquelas zonas um maior policiamento para que as pessoas se sintam mais tranquilas. Sempre que há algum sentimento de insegurança, mesmo que a polícia não tenha queixas, há reforço dos agentes da autoridade, como já aconteceu, por exemplo, na Relva que só pelo facto de haver mais polícias na zona o número de roubos baixou. Em outras zonas também tem acontecido o mesmo.

Autor: Nélia Câmara

Fonte: Correio dos Açores, 06 Abril 2010

Nota- Confirmamos o acima transcrito. Na Ribeira Seca a situação é semelhante: casas assaltadas memso durante o dia, pastagens invadidas por gado (vacas e cabras), furtos de árvores, plantações de árvores de fruta destruídas pelas cabras, ameaças de morte aos proprietários, etc.

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