sábado, 31 de dezembro de 2011

João Flora e a Boneca


João Flora e a Boneca no fim da década de 60 ou início da de setenta do século XX.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Zélia e Rosa Soares


Rosa Soares, Casa de Saúde, 25 de Dezembro de 2011

Zélia Soares, Pico da Pedra, 24 de Dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Festa de São Miguel Arcanjo (década de 60), II


Em primeiro plano Manuel Ribeiro (ou Manuel Pacheco?), a levar o andor, à esquerda José Soares e à direita Manuel Pacheco (primo do anterior). Atrás de José Soares, João Pacheco.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Festa de São Miguel Arcanjo (década de 60)




Santo Antão, na década de 60 do século XX. A levar o andor à frente e à esquerda António Flora e à direita José Soares.

domingo, 25 de dezembro de 2011

No aeroporto de Santana


Nesta fotografia da década de 60 (?) do século passado estão, da esquerda para a direita, Ursulina Soares, Maria Rosa "Trovoa" e Virgínio "Brasileiro".

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Equipa de Voleibol



No final da década de 40 ou início da de 50 do século XX. O campo situava-se onde hoje fica a central de camionagem de Vila Franca do Campo.

Apenas consigo identificar o meu pai, Teófilo Braga, que para além de ter jogado no São Miguel da Ribeira Seca jogou no Marítimo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cortejo de Oferendas?



Foto de 16 de Novembro de 1989, presumivelmente relativa a cortejo de oferendas.

Na foto podem-se ver ao centro Teófilo Braga e Virgínio "Caiaque", da Ribeira das Tainhas, a segurar o bezerro Daniel Braga e atrás deste Teófilo Soares Braga.Atrás de Teófilo Braga, de casaco, está Elias Sardinha.

)Para correcções ou identificação de outras pessoas poderão enviar um e-mail para teobraga@sapo.pt)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal de 2011


Presépio na Escola

Árvore de Natal no quintal de Maria José Andrade

Presépio em casa de Teresinha Braga

domingo, 18 de dezembro de 2011

O nome dos ventos



Sempre ouvi meu avô Manuel Soares, que com a experiência da vida e concerteza com ensinamentos dos seus antepassados fazia "previsões metereológicas", dar uma designação a alguns ventos.

Assim, falava ele no mata-vacas que era o vento de nordeste e no das Formigas ou formigueiro, por soprar das Formigas e que era o vento de sueste.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Bibliofilia



Meu pai foi camponês, com alguma terra, e minha mãe doméstica, filha de um pequeno lavrador que durante algum tempo também foi vendedor de leite, numa antiga mercearia e a vizinhos, antes das fábricas de lacticínios se instalarem na ilha de São Miguel.
Dada a origem social, a minha família não me proporcionou, em criança, acesso aos livros, a não ser a uns poucos velhos manuais escolares que haviam sido de minha mãe. Apesar desta lacuna, desde muito cedo me interessei pela leitura e saciei o meu gosto por ler requisitando o número máximo permitido pela biblioteca ambulante da Fundação Calouste Gulbenkian que mensalmente visitava a Ribeira Seca de Vila Franca do Campo.

Mais tarde, com o meu ingresso no Externato de Vila Franca, continuei a ler não só os livros de leitura obrigatória mas também muitos outros que requisitava na biblioteca fixa da Gulbenkian que existia na Vila ou que me eram emprestados por pessoas que os possuíam.

Com a minha ida para Ponta Delgada para frequentar o antigo sexto ano de escolaridade (actual décimo ano), com todas as economias que conseguia fazer, comecei a comprar os primeiros livros, jornais e revistas. Na altura, 1974, para além de comprar tudo o que se relacionava com a história dos Açores, alguns romances de escritores de renome portugueses, como Eça de Queirós, e brasileiros, como Jorge Amado, também adquiria quase tudo o que se relacionava com as diferentes correntes políticas, nomeadamente as situadas no lado esquerdo do espectro político-partidário.
Alguns anos mais tarde, a minha pobre e pequena colecção foi muito enriquecida com uma oferta que me fez o camponês e investigador autodidacta Manuel Amaral Brum que se encontrava emigrado nos Estados Unidos da América. Com efeito, aquando de uma sua visita a São Miguel fui convidado por ele para o ajudar a seleccionar livros para oferta ao então Instituto Universitário dos Açores e como paga recebi uma fabulosa colecção de livros sobre os Açores, de que destaco as primeiras edições das Saudades da Terra, de Gaspar Frutuoso, e os seis volumes de “A Vila - História de Vila Franca”, a maioria dos volumes de “A vida dos nossos avós - Estudos etnográficos da vida açoriana através das suas leis gerais” e alguns romances, todos da autoria do vilafranquense Urbano de Mendonça Dias.

Com o decorrer dos anos, o meu convívio diário com os livros e com a leitura nunca esmoreceu e ao longo dos tempos fui aumentando a minha colecção quer através da compra de livros, quer das muitas ofertas que recebi. No que a estas diz respeito, destacaria um conjunto de livros, nomeadamente romances, que pertenceram ao jovem artista plástico micaelense José Manuel de Medeiros Cabral e uma dezena de títulos da autoria do Dr. João Anglin, antigo reitor do Liceu Nacional de Ponta Delgada, que este dedicou à sua “antiga aluna e estimada prima Maria Emília Soares Pereira”.
Embora não tenha por hábito ir a sessões de lançamento de livros e de “pedir” dedicatórias aos seus autores, tenho uns tantos que alguns tiveram a gentileza de me enviar com dedicatória. Entre esses livros destacaria “Açores - Origens, Raízes e História”, editado em 1999, que o seu autor, o jornalista e escritor micaelense Manuel Ferreira, escreveu “em honra e louvor de todos os Açorianos que sabem manter a chama viva da Açorianidade e alto o pensamento na exaltação da pequena Pátria Açoriana”.

Sem nunca abandonar a temática açoriana, nos últimos tempos, tenho lido e comprado biografias e publicações diversas sobre a resistência à ditadura de Salazar e Caetano e sobre os primeiros anos após a chamada Revolução dos Cravos.

É deste período que tenho a assinatura mais “famosa”. Está no livro “O imperialismo e a revolução”, editado pelas Edições Bandeira Vermelha, em 1978, e é da autoria de um membro do Partido Comunista do Brasil, o Eng.º Diógenes Arruda Câmara, que foi perseguido e torturado pela ditadura fascista brasileira e que esteve exilado em Portugal, onde desempenhou um papel de relevo na criação do, hoje extinto, Partido Comunista Português Reconstruído e da União Democrática Popular, um dos partidos, também já desaparecido, que esteve na origem da criação do Bloco de Esquerda.

Diógenes Arruda e Jorge Amado foram grandes amigos, de tal modo que o famoso escritor brasileiro fez dele uma das personagens (Vítor) e a ele dedicou o seu romance “Subterrâneos da Liberdade”.

Teófilo Braga

domingo, 4 de dezembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cogumelo



Este cogumelo encontrado na Ribeira Nova, no passado dia 26 de Novembro, chama-se Mutinus elegans. Tem a ponta, coberta por uma gosma fétida onde nadam as células reprodutivas. As moscas e insetos atraídos pela gosma assumem o trabalho da reprodução: carregam, e disseminam, as células nas patas e asas

Informação colhida aqui: http://super.abril.com.br/ecologia/fungos-suas-formas-delirantes-436885.shtml

sábado, 26 de novembro de 2011

Eduarda Maria Pacheco do Canto



Faleceu com 82 anos, no passado dia 23 de Novembro, Eduarda Maria Paheco do Canto,casada com José de Oliveira Maia. Este era sobrinho de Manuel Soares e de Esméria Soares, já falecidos, que residiram o primeiro na Rua do Jogo e a segunda na Rua da Palmeira, na Ribeira Seca.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bananas



Na Ribeira Seca ainda se continua a produzir bananas. Será que com a crise que atravessa o país, vai haver um retorno à agricultura, pelo menos para autoconsumo?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Melro-negro



Foto tirada ontém. Este jovem nasceu um pouco mais tarde do que o período de reprodução que é indicado em alguma bibliografia que é entre Março e Julho.

domingo, 17 de julho de 2011

Afinal a Escola não fecha



Não cheguei a saber se ouve recuo por parte da Secretaria Regionald a Educação ou se foi mais uma guerrinha inventada e motivada por questiúnculas partidárias.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Escola da Ribeira Seca vai fechar?



Secretaria da Educação nega ter conhecimento de protesto

Em reacção ao protesto veiculado à comunicação social pelo alegado encerramento da Escola e Jardim de Infância Professor Teotónio Andrade, aSecretaria Regional da Educação e Formação recusou pronunciar-se sobre o assunto por não ter conhecimento oficial da queixa. Fonte da Secretaria adiantou que não deu entrada nenhum protesto de pais ou encarregados de educação dos alunos da escola da Ribeira Seca. A mesma fonte avança que dentro de alguns dias vai ser divulgada publicamente a reorganização de recursos do sistema Regional de Ensino no concelho de Vila Franca, e ainda que a reorganização de recursos tanto em Vila Fanca como em todo o arquipélago destina-se a uma melhor oferta pedagógica aos alunos do sistema de ensino
regional • fc/pf

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cereais



1 - A propósito do trigo

A leitura da “História do Povo Açoriano”, da autoria do Doutor José Maria Teixeira Dias, trouxe-me à memória alguns “episódios” relacionados com o cultivo do trigo e do milho na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo.
A cultura do trigo, no final da década de 50 e na década de 60 do século passado, não se destinava, na maior parte dos casos, ao consumo local, pois a grande parte da produção destinava-se a ser vendido. O pão de trigo para muitas famílias só era comido em dias especiais, sendo a base de alimentação o pão de milho.
Na mesma altura, muitas crianças sobretudo das famílias mais carenciadas eram “contratadas” para vigiar a praga dos pássaros. O seu trabalho consistia em estar nas terras e quer com gritos, quer fazendo mexer alguns espantalhos evitar que os pássaros estragassem as sementeiras.
O transporte do trigo para a debulha já começava a ser mecanizado, mas ainda era feito pelos últimos carros de bois existentes na localidade. Os rapazes muitas vezes aproveitavam a boleia, pendurando-se nos carros, e deslocavam-se para as duas debulhadoras que se localizavam na Estrada Nova. Tanto na debulhadora do “Cabo do Mar”, como na do “Inácio” formavam-se grandes montes de palha que eram usados para as brincadeiras das crianças, nomeadamente para darem grandes saltos.
Para além do referido, há duas coisas que, de vez em quando, me vêm há memória: uma máquina a vapor e o trigo que era destinado ao Dr. Simas.
Se as debulhadoras mencionadas já funcionavam com um tractor acoplado, isto é o combustível utilizado já era o gasóleo, antes desta na Figueira do Casquete existiu uma que funcionava com uma máquina a vapor. Esta foi a única que vi na minha vida em funcionamento e talvez tenha sido o fascínio que tenho por velharias que me levou, com a ajuda do Sr. Mário Melo, a pôr em funcionamento uma miniatura de uma máquina a vapor existente na Escola Secundária Antero de Quental.
Estando uma vez numa das debulhadoras, verifiquei que nem todo o trigo de alguns produtores era-lhes entregue. Com efeito, observei que uma parte pequena era posta de lado e segundo me disseram era para o Dr. Simas. Não tenho a certeza se era directamente para o referido médico, se se destinava ao hospital ou à Santa Casa da Misericórdia, mas uma coisa é certa, funcionava como um “seguro” de saúde.

2 - Escudo ou maçaroca
de milho?

O meu avô Manuel Soares era uma dos habitantes da Ribeira Seca que cultivava o milho para o fabrico do pão e para alimento das galinhas e da égua. As vacas e os dois bois de trabalho ficavam com a gavela (folhas) e com o galho (espigas).
Para a farinação do milho passavam pelas ruas vários moleiros, mas a minha avó preferia que o trabalho fosse feito pelo irmão, Manuel Verdadeiro e, mais tarde pelo seu filho Ângelo Verdadeiro, que tinha uma moagem eléctrica na Rua Nova.
O milho, para além de alimento, era também a “moeda” usada por alguns habitantes. Era com milho que se pagavam algumas compras, como o peixe que os vendilhões vendiam pela rua e até o vendedor de gelados, trocava um por meia dúzia de maçarocas.
Naquela época de dificuldades para a maioria da população, o que fazia com que as mesmas fossem minimizadas era a ajuda mútua entre as pessoas. De entre os exemplos que poderia apresentar, deixo aqui os relacionados com a apanha do milho.
Sempre que chegava um carro com milho e o despejava à porta de um dos moradores, os vizinhos (e os rapazes e as raparigas, que se encontravam na rua a brincar) imediatamente se uniam para ajudar no transporte do milho para o interior das casas. E a ajuda não ficava por aqui, aos serões as mulheres iam também para a casa das vizinhas mais próximas auxiliar a amarrar o milho, isto é agrupar um conjunto pequeno de maçarocas, usando para tal um fio de espadana, de modo a tornar possível a sua colocação nas arribanas a fim de o guardar e secar.
Hoje, ultrapassada (?) a miséria de então, parece que a solidariedade deixou de ser espontânea, profissionalizou-se.

8 de Junho de 2011
Autor: Teófilo Braga
Fonte: Correio dos Açores

domingo, 29 de maio de 2011

Acidente na Ribeira Seca provoca pelo menos seis feridos


Um acidente de viação na estrada regional da Ribeira Seca, em Vila Franca do Campo, S.Miguel, Açores, provocou hoje ferimentos em pelo menos seis pessoas, “três das quais com mais gravidade”, disse fonte dos Bombeiros.

Segundo o Comandante dos Bombeiros de Vila Franca do Campo, Jorge Coutinho, o acidente ocorreu pelas 15:00 locais (mais uma hora em Lisboa), na sequência de "uma colisão entre uma viatura ligeira de passageiros e uma de mercadorias".

"Quatro feridos tiveram que ser transferidos para o Hospital de Ponta Delgada, uma vez que três inspiram mais cuidados", acrescentou, indicando que "foi solicitado uma ambulância de apoio" aos bombeiros voluntários.
28 de Maio de 2011
Fonte: Açoriano Oriental

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Morador na Ribeira Seca rouba pedra de lavoura


De acordo com o Correio dos Açores, de 20 de Maio de 2011, foi detido no dia anterior um homem que entrou em propriedade privada em Vila Franca com tractor e atrelado e roubou 110 pedras de lavoura. Ainda de acordo com a mesma fonte o valor dos objectos furtados era de 2200 euros.

Corre pela Ribeira Seca que o indivíduo em questão é um conhecido lavrador que está endividado até ao pescoço e que não paga, entre outras coisas, rendas de terras. Também se diz que o mesmo não agiu só, mas na companhia de conhecidos "amigos do alheio" que residem na localidade.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Com os pés na terra... (5): Botânica do dia-a-dia


1 - Ervas
Ribeira Seca de Vila Franca do Campo. Estou a escrever sentado num pedaço de terra onde, até ao dia 17 de Julho de 2010, se encontrava uma plantação de marijuana.
Não vou divulgar a minha posição sobre o consumo da referida “droga” que me parece quase generalizado e banalizado entre nós. Com efeito, se há meia dúzia de anos todos os meus alunos do 11º ano de escolaridade já haviam, pelo menos uma vez, experimentado o seu consumo, hoje, dizem-me que nesta localidade há diversas plantações, nomeadamente em antigas quintas abandonadas, sendo do conhecimento de quase todos os nomes dos cultivadores e as autoridades conhecem, muito bem, quem a vende.
Do local onde me encontro, que não terá sido escolhido por acaso pelos “novos agricultores”, tenho uma vista fabulosa sobre o litoral de Vila Franca e observo os, até agora, muito fracos resultados da minha tentativa de criar um pomar no que é, ainda hoje, uma pastagem e que foi outrora um terreno ocupado por bananeiras e laranjeiras.
Para quem inicia um projecto como o meu é desesperante ver as ervas daninhas a crescer contínua e rapidamente enquanto as nossas plantas não. Mas, desanimador e revoltante é chegar ao local e vermos que nos roubaram algumas plantas, entre as quais um jambeiro, uma camélia, folhados, castanheiros e uma nogueira ou que, pela calada da noite, nos roubaram parte da vedação e colocaram vacas e cavalos a pastar ou que puseram lá cabras e que estas devoraram as guias de todas as árvores e comeram as cascas de outras, o que na maior parte dos casos as levará à morte.
Mas, infelizmente não sou a única vítima. Há alguns dias, na localidade, foi-me dito que era uma aventura manter terras cultivadas, pois se falta mão-de-obra para semear e plantar, ela abunda aquando das colheitas que são feitas, normalmente à noite e por quem passa o dia a dormir.
Numa conversa informal entre um grupo de pessoas que já sofreram na pele a visita dos trabalhadores nocturnos, uma delas afirmou que eram às dezenas os cachos de banana que lhe retiravam e que a única alternativa que possuía era arrancar todas as bananeiras. Alguns lavradores presentes referiram que, também, lhes roubavam adubos, rações e baterias e que não apresentavam queixas às autoridades pois aos ladrões nada lhes acontecia e por temerem que os seus haveres (ordenhas e animais) fossem alvo de represálias por parte de quem eles muito bem sabem quem são.

2 - Árvores
Depois do almoço, fui visitar uma mata de criptoméria existente na margem esquerda da Ribeira Nova, tendo passado antes por uma minúscula pastagem que herdei dos meus pais, cujo “rendeiro” me expropriou pois não se digna pagar a respectiva renda.
Na mata dos caniços, assim chamada devido à presença de bambus, deparei-me com profundas alterações provocadas por alguém que decidiu ocupá-la e usar os espaços vazios para “estabular” o seu gado bovino. Para além da ocupação da mata, a mesma pessoa também decidiu fazer o mesmo no “gargalo”, faixa estreita de terreno que no tempo de meu pai era ocupado por vinha, cujas uvas eram colhidas em grande parte pelo melro-negro.
Hoje, no “gargalo” para além de um castanheiro, cujas castanhas são comidas noutras casas da localidade que não na minha, existem algumas criptomérias que têm vindo a ser roubadas ao longo dos anos.
Esta minha visita, como seria de esperar, trouxe-me à memória o dia 27 de Fevereiro de 2010, quando ao ver três pessoas a cortar uma árvore na minha propriedade lhes avisei que tal não podiam fazer e que iria comunicar o facto às autoridades. A resposta não se fez esperar: “Nunca mais apareças aqui. Vamos dar-te um tiro. Vamos destruir tudo o que estás a fazer na tua quinta”.
Depois de tentar identificar as pessoas em causa, como não tive êxito, acabei por não apresentar qualquer queixa.
Resta-me o consolo de saber que, estando tudo modernizado, desde a miséria até ao roubo, os ladrões terão a oportunidade de ler este texto.
Autor: Teófilo Braga
11 Maio 2011

Fonte: Correio dos Açores

terça-feira, 10 de maio de 2011

Natural da Ribeira Seca defende tese de mestrado


Ecologista Teófilo Braga defendeu mestrado na Universidade dos Açores: Falta de cultura cívica é responsável pela pouca participação social e política dos açorianos


A debilidade do sistema político e a falta de disponibilidade pessoal surgem em segundo e terceiro lugares entre as razões apontadas para o afastamento dos açorianos dos movimentos cívicos e da participação na política do arquipélago.

A ‘falta de cultura cívica’ é a principal razão da baixa participação social e política da esmagadora maioria dos açorianos, além da ‘debilidade do sistema político’ e da falta de disponibilidade pessoal. Esta é uma das conclusões do mestrado em ‘Educação Ambiental – Associativismo, participação e Consciência Ambiental’ defendida por Teófilo José Soares Braga na Universidade dos Açores.
Este trabalho, do conhecido ecologista açoriano Teófilo Braga – colaborador permanente do ‘Correio dos Açores’ - teve por objectivo principal tentar compreender melhor a participação social e política, as atitudes e os comportamentos ambientais de dois grupos de açorianos, os que pertencem e os que não são membros de uma OEA- Organização Ambiental, Ecologista ou Associação de Protecção de Animais e do Património.
Há muitos pontos comuns entre os membros e não membros de uma organização ecologista no que diz respeito às diversas formas de participação na vida social e política dos Açores. Com efeito, embora a participação dos que estão na organização ambiental seja globalmente maior, com excepção do recurso à greve, as formas de participação mais assumidas são passivas, isto é: Votar em eleições, manter-se informado sobre questões sociais e políticas e subscrever abaixo-assinados. Entre as participações menos práticas estão a pertença a um partido político e contactar jornais, rádios ou televisões para dar a sua opinião, fazer reclamações e denúncias.
Fica claro no mestrado de Teófilo Braga que a pertença a uma organização ecologista é um factor de diferenciação relativamente às formas de participar na vida social e política. Ficou demonstrado que “é mais frequente encontrar entre os membros de uma organização ecologista quem faça donativos a instituições, pertença a associações profissionais, participe em discussões públicas, se mantenha informado sobre questões sociais e políticas, contacte instituições ou serviços, contacte jornais, rádios ou televisões, pertença a um sindicato, pertença a associações cívicas, subscreva abaixo-assinados e vote em eleições”.
Para a sua concretização do estudo, foi elaborado um inquérito por questionário constituído por três partes: Na primeira, procurou-se conhecer melhor a participação política e social; na segunda, as atitudes e práticas ambientais; e, na terceira, as características sócio-demográficas e os posicionamentos sociais. O questionário foi respondido por 113 membros de uma Organização Ambiental Ecologista e 117 não membros e leva a alguns conclusões que se podem generalizar à sociedade açoriana.
Em geral, verificou-se que a pertença ou não a uma Organização Ambiental Ecologista nos Açores é um factor diferenciador da participação cívica, das atitudes e dos comportamentos dos cidadãos. Isto é, esta tese de mestrado de Teófilo Braga leva à conclusão de que a pertença a uma organização ambiental está relacionada com uma maior participação e com atitudes e comportamentos pro-ambientais.
Ao nível do voluntariado ambiental a principal razão apontada pelos inquiridos para ser voluntário foi a auto-realização; a segunda, o impacto social; a terceira a solidariedade e em último lugar as experiências em grupo.
O mestrado define o perfil dos açorianos que mais participam na vida social e política e os que mais apresentam atitudes e comportamentos pro-ambientais: Eles têm idade igual ou superior a 30 anos. São homens, casados ou que vivem em união de facto. Têm como grau de escolaridade o ensino superior, exercem a profissão a tempo inteiro e os que trabalham 45 e mais horas. Têm uma profissão ligada ao ensino, estão posicionados do centro-esquerda à extrema-esquerda, e não seguem nenhuma religião.
Em termos de participação cívica, os membros de uma organização ecologista têm “valores de pertença mais elevados” em Associações Recreativas, Culturais ou Educativas”, seguido de Clubes Desportivos ou Clubes de Actividades ao Ar Livre e, em terceiro lugar, a um sindicato. Estes inquiridos participam menos na Organização de Pensionistas ou Reformados, na Associação de Moradores ou Associação de Desenvolvimento Local.
Já os inquiridos que não são membros de organizações ecologistas optam mais por um Clube Desportivo ou Clube de Actividades ao Ar Livre, por sindicatos e associações do tipo “Associação de Juventude” (ex: Escuteiros, Clubes de Jovens). Em contrapartida, não fazem parte de uma Organização de Defesa dos Direitos Humanos, Pacifista ou Feminista e um número muito residual pertence a uma organização do tipo Associação de Moradores ou Associação de Desenvolvimento Local.
Chegou-se à conclusão que é mais frequente encontrar entre os membros de uma organização ecologista quem, também, pertença ao seguinte tipo de associações: “Clube Desportivo ou Clube de Actividades ao Ar Livre”, “Organização de Defesa dos Direitos Humanos, Pacifista ou Feminista”, “Organização de Solidariedade Social (apoio a idosos, deficientes, crianças, doentes, etc.)”, “Associação Recreativa, Cultural ou Educativa”, “Partido Político”, “Sindicato”, “Organização Socioprofissional”, “Associação de Consumidores ou de Automobilistas” e “Associação de Pais”.

Membros de organizações
ecologístas participam mais

Fica também demonstrado no estudo que é diferente o tipo de relação que membros e ‘não membros’ de uma organização ecologista mantêm com as associações de que fazem parte. Isto porque os membros são os que mais se envolvem nas suas associações. “É mais frequente” encontrá-los entre os que entre os que doem dinheiro, subscrevem abaixo – assinados, participem em reuniões/sessões públicas e manifestações e denuncie situações “irregulares”.
O mestrado chega também a conclusões óbvias: Os membros de uma organização ecologista participam mais nas questões ambientais (nos últimos cinco anos) do que os não membros.
As três formas de participação mais praticadas por todos os inquiridos foram: “Assinou uma petição/abaixo-assinado relacionada com uma questão ambiental”; “comprou deliberadamente certos produtos por razões éticas, políticas ou ambientais”; e “não adquiriu certos produtos de consumo por razões éticas, políticas ou ambientais (porque são produzidos por crianças, utilizam animais na sua experimentação, etc.)”. A assinatura de uma petição foi a mais praticada por todos.
Relativamente às formas menos praticadas, foram os membros de uma organização ecologista quem mais “participou numa manifestação sobre uma questão ambiental” e “contactou jornais, rádios ou televisões”. Já os não membros da organização ecologista apresentam como forma de participação que menos praticam a de dar dinheiro a uma associação ambientalista e o envolvimento numa manifestação sobre uma questão ambiental.
Assim, conclui o estudo, é mais frequente encontrar entre os membros de uma Organização Ambiental Ecologista quem assinou uma petição/abaixo-assinado relacionada com uma questão ambiental; deu dinheiro a uma associação ambientalista; participou numa manifestação sobre uma questão ambiental; fez uma reclamação; uma denúncia ou apresentou uma sugestão junto das entidades responsáveis pelo ambiente (governo ou autarquias); contactou jornais, rádios ou televisões (dar a sua opinião, fazer reclamações e denúncias sobre questões ambientais); comprou deliberadamente certos produtos por razões éticas, políticas ou ambientais e não adquiriu certos produtos de consumo por razões éticas, políticas ou ambientais (porque são produzidos por crianças, utilizam animais na sua experimentação, etc.).

Quem é voluntário na defesa
do ambiente açoriano?

O estudo identificou também o perfil do voluntariado ambiental nos Açores: É exercido essencialmente por homens, com idade igual ou superior a 30 anos, casados ou vivendo em união de facto, com habilitação de nível superior, que exercem a profissão a tempo inteiro, a maioria exercendo uma profissão incluída no grupo dos especialistas, que se posicionam à esquerda (do centro esquerda à extrema-esquerda) e que professam uma religião, mas não são praticantes, que trabalham como voluntários há mais de seis anos e que dedicam, ao voluntariado, em média, até 300 horas anuais. Contudo, apenas houve relações estatisticamente significativa entre o ser voluntário e o posicionamento político.
Em relação ao tempo de permanência no voluntariado, verificou-se que é mais frequente encontrar quem seja voluntário há dez ou mais anos, entre os casados e os que vivem em união de facto e os que têm uma profissão ligada ao ensino.
A principal razão apontada para a realização do trabalho voluntário foi a auto-realização; a segunda, o impacto social; a terceira a solidariedade; e, em último lugar, as experiências em grupo.
Os incentivos que mais satisfazem os voluntários são os relacionados com a participação em outras actividades da organização, descontos e/ou ofertas de publicações, o aparecimento do nome em publicações e a participação em conferências.
Foram detectadas algumas diferenças entre as respostas dos membros e ‘não membros’ de uma Organização Ambiental Ecologista no que diz respeito à confiança na ciência e ao seu papel no mundo de hoje. Assim, é ligeiramente maior a percentagem dos ‘não membros’ que concorda ou concorda totalmente com a afirmação: “Confiamos demasiado na ciência e não o suficiente na fé e nos sentimentos”.
Embora seja um pequeno número, é entre os ‘não membros’ em organizações ecologistas que estão os que concordam ou concordam totalmente com a afirmação “de um modo geral, a ciência moderna causa mais prejuízos do que benefícios”.
Por último, embora seja maior o número dos que acham que não é possível resolver os problemas ambientais apenas recorrendo à ciência, é maior o número dos ‘não membros’ que concorda ou concorda totalmente com a capacidade da “ciência moderna resolver os problemas ambientais alterando pouco o nosso estilo de vida”.

Resíduos sólidos urbanos “é a ameaça
ambiental mais perigosa...”

Foram identificadas diferenças entre a posição dos membros e ‘não membros’ de uma organização ecologista relativamente às ameaças ambientais. Assim, para os membros a principal ameaça é a elevada a produção per capita de resíduos sólidos urbanos associada ao “inadequado tratamento e destino final”, para os segundos é o aumento da temperatura do Planeta causado pelo efeito de estufa. A ameaça menos “escolhida” foi a presença nos Açores de espécies (de fauna e de flora) exóticas. Enquanto a maioria dos membros de organizações ecológicas considera as espécies exóticas “extremamente perigosa ou muito perigosa para o ambiente”, há um número significativo (aproximadamente 1/3) dos ‘não membros’ que a considera pouco ou nada perigosa para o ambiente.
O estudo leva, por fim, à conclusão que é mais frequente encontrar entre os membros de uma organização ecológica quem considere “extremamente perigosa ou muito perigosa, para o ambiente dos Açores, as alterações do uso do solo (arroteias para a criação de pastagens intensivas, etc.); os pesticidas e adubos químicos usados na agricultura; a presença nos Açores de espécies (de fauna e de flora) exóticas, algumas delas invasoras; e a elevada produção per capita de resíduos sólidos urbanos associada ao” inadequado tratamento e destino final.” Ficaram de fora o uso de combustíveis fósseis e o aumento da temperatura do Planeta causado pelo efeito de estufa, “possivelmente por se tratar de assuntos, relacionados entre si, a que a comunicação social tem dado muita ênfase nos últimos tempos”.
Para todos os inquiridos, são os Centros de Investigação das Universidades, seguidos dos grupos ambientais as fontes de informação sobre questões ambientais que “merecem mais confiança”. No pólo oposto, situam-se as empresas e indústrias e os serviços governamentais em que aquela é muito reduzida.
Há coincidência nas acções que poderiam contribuir com mais eficácia para a resolução dos problemas ambientais, tanto nas mais escolhidas como nas menos escolhidas. Assim, para os inquiridos, as acções mais escolhidas foram “aumentar a consciência ambiental”, em primeiro lugar; “fazer cumprir/reforçar a legislação ambiental”, em segundo lugar; e “fazer com que a legislação Nacional e da União Europeia seja mais rigorosa, aplicando multas aos prevaricadores”, em terceiro lugar. Quanto às menos escolhidas, foram “confiar nas iniciativas desenvolvidas pelas indústrias, pelos agricultores, etc.” e “fazer com que todos paguem mais tanto nos impostos como nos preços, etc., para cobrir os custos ambientais”.
Estas opções podem querer dizer que todos os respondentes acreditam mais na acção das pessoas (alteração dos comportamentos individuais) para proteger o ambiente do que nas instituições ou em “imposições” vindas do “exterior”.
Entre as diferentes acções que poderiam contribuir mais eficazmente para a resolução dos problemas ambientais, apenas os ‘não membros’ em organizações ambientais ecológicas escolheram confiar nas iniciativas desenvolvidas pelas indústrias e agricultores.

Autor: João Paz
08 Maio 2011
Fonte: Correio dos Açores

sábado, 30 de abril de 2011

Teatro do Espírito Santo (Império) e Canto da Cruz


Foto de 20 de Abril de 2011

O Edifício do império do Espirito Santo é pertença da família de Alberto Feijão. Os mordomos, respeitando a tradição, todos os anos oferecem uma pensão à sua família.