sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O activismo ecologista/ambientalista







Ao longo da minha vida foram pertenci a várias associações de defesa do ambiente e dos Animais, tendo nalgumas delas exercido funções no seus Órgãos. Aqui vão algumas delas:

Liga para a Protecção da Natureza (associado)
Luta Ecológica (dirigente)
Quercus (associado, o primeiro associado dos Açores)
Amigos da Terra (fundador e dirigente do Núcleo dos Açores)
Amigos da Serra da Estrela (associado)
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (associado)
Amigos dos Açores (dirigente de 1994 a Novembro de 2010)
ANIMAL (associado)
Associação Açoriano de Protecção dos Animais (associado)
Campo Aberto (associado)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A mania de escrever para os Jornais


Desde os meus 18 anos comecei a escrever para os jornais. Recordo-me de ter textos meus publicados, entre outros, nos seguintes jornais ou revistas:
Correio dos Açores
Diário dos Açores
Açoriano Oriental (onde fui colaborador regular)
Diário Insular
A União
A Vila(onde mantenho colaboração mais ou menos periódica)
Voz do Povo (onde fui correspondente)
Directo (onde fui coordenador da secção de ecologia)
Luta pela Democracia Popular
Farol das Ilhas
Bandeira Vermelha
Em Marcha (correspondente)
Caminar
Terra Nostra (onde sou colaborador regular)
Gente Nova (onde fui correspondente)
Luta Social (onde fui co-responsável)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Consumo de Água


Hoje, pensamos que não haverá qualquer localidade, nos Açores, por mais remota que seja, que não tenha água de abastecimento público em casa de cada uma das famílias.

Se os trabalhos necessários para o efeito foram relativamente fáceis devido à proximidade das nascentes, o que terá acontecido com as várias freguesias do Concelho de Vila Franca do Campo, noutros casos foi empreendimento deveras complicado, como no caso de algumas freguesias da costa Norte da ilha de São Miguel, como o Pico da Pedra.

Nos primeiros séculos da presença humana na Ribeira Seca, os seus moradores água da ribeira, como se pode ler numa correição, feita a 10 de Junho de 1661, o corregedor André Lopes Pinto ficou a saber que “na Ribeira Seca e Ribeira das Tainhas se lançam imundices em logares limpos, e se lavam tripas e outras cousas, o que era em prejuízo dos moradores, por beberem água pelas ditas ribeiras”.

Mais tarde, foram construídos vários fontanários. O primeiro terá sido construído na rua da Cruz, no final do ano de 1905 ou inícios de 1906, para o uso dos moradores da localidade. Este fontanário e respectivo tanque eram também usados pelo gado bovino, o que não agradava às pessoas que também o usavam para buscar água para gasto nas suas casas. O jornal “O Autonómico”, em 2 de Março de 1929, relata o facto, alertando a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo para o descontentamento das pessoas pelo facto do local se tornar “um pouco immundo, pelos dejectos que n’elle ficam”.

Em 1933, o jornal referido anteriormente menciona a construção de uma “fonte na Rua Nova” e mais tarde, em data que não conseguimos apurar, uma no canto da Palmeira e outra no canto da Ponta Garça (sul da Rua do Jogo).

Na década 70 do século passado, apenas existiriam as fontes da rua do Jogo e a da Palmeira, bem como uns tanques, datados de 1956, na rua da Palmeira, localizados ao lado do caminho do Pico d’el Rei, para uso do gado bovino e dos cavalos que abundavam na localidade. Pelo que me lembro, estas fontes eram pouco usadas pois a maioria das casas já possuía água canalizada, o que terá ocorrido em 1964.

Ainda nas décadas de 60 e 70 do século passado, algumas pessoas, sobretudo as que tinham menos posses, continuavam a lavar a roupa na ribeira. Com o objectivo de dar melhores condições aos habitantes foram construídos uns lavadouros públicos na Estrada Nova que hoje não têm qualquer utilidade.

Com o crescente consumo de água, nos nossos dias, o desafio que se coloca é o de garantir que continue a chegar água a todas as casas em quantidade e com a qualidade necessária a garantir uma vida saudável, pelo que é urgente a protecção de todas as nascentes e o seu uso racional por parte dos consumidores.

27 de Dezembro de 2010

Teófilo José Soares de Braga


domingo, 12 de dezembro de 2010

Alguns apontamentos sobre o ensino na Ribeira Seca


(Edifício da antiga escola na rua da Calçada)

Tal como nos textos anteriores, não se pretende com este tratar de forma exaustiva a problemática do ensino na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo. Esta tarefa ficará para quem esteja mais habilitado para o efeito ou para quem tenha mais disponibilidade. Assim, o que se apresenta, a seguir, é apenas a compilação de algumas notas soltas que tivemos a oportunidade de recolher nos jornais, de Vila Franca do Campo, “A Vila” e “O Autonómico”.
A 1 de Outubro de 1922, começou a funcionar na Ribeira Seca uma escola móvel, tendo o governo nomeado para o efeito o professor Umberto Aures de Serpa e Sousa. Em 1929, a escola tinha como professora a Sr.ª D. Robínia da Conceição Pacheco.
Em 1931, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo manifestou a sua intenção de construir um edifício para a instalação de duas escolas, tendo para o efeito já escolhido o local. Três anos depois, no dia 14 de Novembro visitou a Ribeira Seca o inspector escolar sr. Manuel Moniz Morgado onde teve a oportunidade de inspeccionar o edifício, situado na Calçada, onde passaria em breve a funcionar a escola.
A primeira professora desta escola terá sido a Sr.ª D. Luísa do Nascimento Nunes e em 1936 realizaram exames do 2º Grau do Ensino Primário as seguintes alunas: Ermelinda dos Santos Andrade e Maria José de Sousa Couto, que foram aprovadas com distinção, e Maria do Carmo e Maria Diamantina, que foram aprovadas. Dois anos depois, em 1938, foi nomeado professor da Escola do sexo masculino o sr. Teotónio Machado de Andrade, que injustamente, quanto a mim, é o patrono da actual escola da Ribeira Seca.
Em 1962, o actual edifício escolar, construído ao abrigo do Plano dos Centenários, começou a receber alunos.
A 1 de Dezembro de 1966, realizou-se, nas Escolas da Ribeira Seca, a bênção de um nicho dedicado a Nossa Senhora da Conceição, bem como de outros melhoramentos, de que se destaca, pelo pioneirismo, uma piscina. Naquela data eram professores, na Ribeira Seca, D. Adelaide Soares, D. Margarida Simas Borges, D. Claudete Marques, o Sr. Eduardo Calisto Amaral, o Sr. Valter Manuel Soares Ferreira e o Sr. Octávio da Silva Costa.
Em 1972, ano em que se realizou uma animada festa escolar, exerciam a sua profissão nas escolas da Ribeira Seca os seguintes professores: Eduardo Calisto Amaral, Adelaide Soares, Valter Manuel Soares Ferreira, Ildebranda Matias e Ilda Cesarina Borges.

Ribeira Seca, 5 de Outubro de 2010
Teófilo José Soares de Braga


(Edifício escolar actual)

domingo, 10 de outubro de 2010

O vandalismo continua


Depois do furto de parte da vedação, foi este o estado da mesma encontrado no dia 2 de Outubro.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os Moinhos da Ribeira Seca


Desde pequeno, conheço “Os Moinhos”, localidade da freguesia da Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, que se localiza no prolongamento para Norte da Rua da Cruz, pois várias vezes me deslocava com o objectivo de ir para a Ribeira Nova, onde a minha família possuía uma quinta. Nos primeiros anos, nas minhas andanças, apenas passava por quatro moinhos, entre eles, o do Sr. José Esteves, o último moleiro da localidade a moer usando um moinho de água e o da Sra. Hortênsia “Viola” que servia de moradia.
Mais tarde, andava já eu na Escola Primária quando se terá falado na existência de um sobreiro, na Ribeira da Granja, muito perto da chamada nascente do Galego. Um dia, penso que na companhia do Virgínio Carvalho, fui ver a árvore que fornecia a cortiça e que me era familiar apenas através das rolhas. No trajecto, tive a oportunidade de passar por outros moinhos, onde ainda viviam várias famílias, dois dos quais vieram a ser adquiridos por meu pai e um que pertencia a familiares da minha avó, Maria Verdadeiro.
O senhor Manuel Soares Ferreira, em 1988, no jornal “A Crença”, num artigo intitulado “Os Moinhos dos Tios (1)” mencionou a existência de 22 moinhos ao longo do curso da Ribeira Seca, desde a Granja até ao mar. Vou recorrer ao seu texto para enumerá-los de Norte para Sul, indicando, sempre que possível, o seu ocupante ou proprietário no final da década de sessenta ou princípio da de setenta do século passado.
O primeiro moinho era do moleiro Tio Joaquim, a seguir do Tio João Couto e o Terceiro do Tio Zurrão. Se não estou em erro, já não me lembro destes moinhos estarem ocupados.
O quarto moinho era do Tio Arsénio e o quinto do Tio Verdadeiro. Recordo-me de um Sr. Arsénio, quase de certeza familiar do anterior e o Tio Verdadeiro seria ou o meu tio-avô Manuel Verdadeiro ou o seu pai.
O sexto moinho era do Tio Bonecas, o sétimo do Tio Moleirinho, o oitavo do Tio Sousa, o nono do Tio Escaler, o décimo do Tio Lima, o décimo primeiro do Tio Sardinha, o décimo segundo do Tio Pacheco, o décimo terceiro do Tio Vareda e o décimo quarto do tio Parola. Não sendo possível identificar estes moinhos, por me parecerem em número superior aos que conheci, aqui ficam os nomes ou alcunhas de pessoas ou famílias que em alguns deles viviam: “Estorno”, Miguel Andrade, “Polícia”, João “Viola”, Hortênsia “Viola” e José Esteves.
Depois destes e antes da Ponte da Ribeira Seca localizavam-se mais dois moinhos, o do Tio Stº Cristo e da Viúva Andrade e, depois daquela, mais três. Num destes três, localizados perto da Ponte da Ribeira das Tainhas, adquirido por uma suíça de nome Edite, se não me falha a memória, em 1972, cheguei a pernoitar.
Depois da Ponte da Ribeira das Tainhas, existiam mais dois moinhos, um deles quase junto ao mar. Neste último, viveu durante muitos anos uma senhora de nome Leopoldina que terá dado o nome à praia existente no local.
Tal como se pode depreender através da leitura do texto, os moinhos não estavam confinados a um troço da ribeira ou ao lugar dos Moinhos, mas ao longo daquela, desde a Granja até à foz. Hoje, dos vinte e dois moinhos de água que existiram, nenhum desempenha a função para que foi construído. Apenas um moinho está a servir de moradia para uma família, estando a maioria em ruínas.
Para além dos moinhos de água, existiram, também, dois eléctricos. Um, situado na Rua Nova, que pertenceu a meu tio Manuel Verdadeiro e depois, a meu primo Ângelo Verdadeiro e o outro localizado na Rua do Jogo, hoje transformado em Museu, que pertenceu a José de Sousa.

(1) De acordo com o senhor Manuel Soares Ferreira, “Tio” era o termo usado para designar uma pessoa de mais idade.

Ribeira Seca, 29 de Julho de 2010
Teófilo José Soares de Braga

(Publicado no jornal "A Vila", nº412, 1 a 15 de Agosto de 2010)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lixos, Furto e Droga detactados a 17 de Julho de 2010


Foi encontrada uma plantação de canabis. Foi apresentada denúncia na PSP de Vila Franca do Campo.


Cerca de 20 tábuas que estavam a separar a propriedade foram furtadas.


Este despejo de resíduos tem a particularidade de se encontrar em terreno privado, tendo o seu proprietário encontrado, a acompanhar a "mercadoria", uma guia de transporte de um conhecido comerciante de fruta da localidade. Foi apresentada queixa no SEPNA.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

No tempo em que as vacas comiam erva



Há dias li que de 30 a 50% do alimento que é utilizado pelos lavradores açorianos para manter o seu gado bovino é importado. Longe vão os tempos em que aquele era apenas proveniente das pastagens e do chamado “outono”, mistura de tremoceiros, faveiras, cevada ou aveia, se não estou em erro.
Naquele tempo, década de sessenta e início da de setenta do século XX, não se imaginava que o leite seria vendido em embalagens com a forma de um paralelepípedo. Durante largos anos eram os próprios lavradores que faziam a distribuição do leite pelos seus clientes porta a porta ou o colocavam numa mercearia que fazia a distribuição pelos seus fregueses.
Meu avô, Manuel Soares, morador na Ribeira Seca, muito antes do aparecimento das fábricas transformadoras do leite, colocava-o numa loja na Vila e ao fim do dia, quando o dono da mesma não o vendia era obrigado a recolhê-lo. Como ultrapassava o necessário para a família, era obrigado a usá-lo na engorda do porco que mantinha no curral.
Não presenciei os factos referidos no parágrafo anterior, mas assisti à fase da distribuição pelos vizinhos. Assim, lembro-me muito bem que parte do leite que as suas vacas produziam era colocado na Lacto Açoreana, fábrica existente na Ribeira Grande, e a outra, mais pequena, era para consumo próprio e para vender a alguns vizinhos, como os irmãos Maria e João Amaral e a Maria José “Maurício”.
Se hoje há quem se esforce para demonstrar que o leite dos Açores é de boa qualidade e que tem propriedades especiais, por volta de 1964, dizia-se que o leite cru, bebido logo após ter sido tirado, era remédio santo para a bronquite. Não tenho conhecimentos para confirmar ou não tal afirmação, mas uma coisa é certa, depois de beber o leite proveniente das vacas dos pais do meu ex-colega e amigo, emigrado no Canadá, António Paulo Carreiro, deixei de me apoquentar com a bronquite que me atacava desde a mais tenra idade.
Outra nota digna de registo é que o estábulo das vacas que me “curaram” a bronquite ficava no quintal de uma casa situada na Rua do Jogo e que as vacas, bem como um cavalo, para lá chegarem tinham que subir, todos os dias, uma escada, com muitos degraus, passando pelo interior da própria moradia.
Por aquela altura, na Rua do Jogo, duas vezes por dia, o que mais se viam eram cavalos parados às portas das casas dos respectivos donos, depois de terem descarregado o leite no principal posto existente na Ribeira Seca, o da Lacto Açoreana, que se localizava, na Rua da Palmeira e que era conhecido como o “Posto da Tia Isidora”.
Associada ao transporte de leite por cavalos existiu, também, na Ribeira Seca a profissão de albardeiro que durante muitos anos foi assegurada pela família Couto. Lembro-me de uma tenda localizada no Canto da Cruz onde trabalhavam pelo menos quatro pessoas, o pai Manuel Couto e os filhos Manuel, Emídio e Luís.
Sabemos (nem desejamos) que o tempo não volta para trás, mas uma coisa terá de regressar, o tempo em que as vacas, como herbívoras que são, comam essencialmente erva, para bem da saúde de todos nós e da economia regional.

Teófilo José Soares Braga
Ribeira Seca e Pico da Pedra, 3 e 4 de Julho de 2010
(Publicado no jornal “A Vila”, nº 410, p.4, 1 a 15 de Julho de 2010)

terça-feira, 6 de julho de 2010

FALTA DE CIVISMO

As fotos que se apresentam abaixo são relativas a um depósito de lixos, na Ribeira Nova, detectado no passado dia 3 de Julho.

Associada à falta de civismno que parece-nos crescente está o desinvestimento na educação ambiental e não só por parte dos principais responsáveis, nomeadamente da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.



quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Propósito do São João da Vila: alguns apontamentos


Na toponímia da Ribeira Seca de Vila Franca, há um local que é dedicado a São João, trata-se do chamado Redondo de São João, onde existe um nicho com uma imagem que, curiosamente, não é dedicada àquele santo, mas sim a Nossa Senhora da Conceição.
Relativamente perto do mesmo, localiza-se a Ermida de São João, que terá sobrevivido à destruição de Vila Franca do Campo pelo “terramoto” de 1522. Do outro lado da estrada, localizou-se uma antiga instalação militar, o Quartel de São João.
No dia 24 de Junho, alguns habitantes da Ribeira Seca costumavam deslocar-se para o Redondo de São João e aí confraternizavam e organizavam “balhos”.
Para além do mencionado, o dia de São João era festejado, com piqueniques e “balhos” na Lagoa do Congro, sendo o principal trajecto utilizado pelos moradores, que se deslocavam a pé, de cavalo ou de carros de bois, o mencionado por Manuel de Amaral Brum, em artigo publicado no jornal “A Vila”, em 1961, o seguinte: depois de percorrido o caminho do Mato, chegava-se à Terra Corrida, subia-se o Calvário, também chamado Outeiro da Terra Corrida, na Grota das Freiras, virava-se à direita em direcção ao Pauzinho de Água e andando um pouco mais chegava-se à cancela das casas da Lagoa do Congro. Hoje, parte deste trajecto já não se pode fazer, pois com a substituição dos cavalos pelos tractores e jipes, muitos caminhos foram abandonados.
Estas tradições foram desaparecendo, lentamente, de modo a que já na década de sessenta do século passado praticamente não existiam. Apenas permanecia o hábito de enfeitar as “fontes” nas casas particulares e os fontanários públicos, como o situado na rua da Palmeira e o que existia no Canto da Ponta Garça (Sul da Rua do Jogo).
Se não estou em erro, a Câmara Municipal de Vila Franca, na década de 70 do século passado, terá começado a organizar as festas de São João, concentrando as marchas no Campo de Jogos da Mãe de Deus. Esta iniciativa foi interrompida, de modo que em 1975 foi a Ribeira Seca que não deixou cair a devoção, a São João, no esquecimento. A prova do afirmado, está escrito no seguinte texto publicado no jornal “A Crença”, de 29 de Julho de 1975:
“Eis um dia que a tradição consagra ao santo Precursor com festejos e cantorias nesta nossa Vila, mas que este ano decorreu sem o entusiasmo dos anos transactos…
Contudo, quem salvou a honra da Terra foi o lugar da Ribeira Seca, graças à esforçada dedicação dos srs. Professores do Ensino Básico daquela localidade, que não se pouparam a canseiras esgotantes para levarem a efeito as brilhantes festas de S. João que realizaram no recreio da sua Escola com três vistosas marchas populares…”
E já que fizemos referência às Escolas, deixamos aqui um dos refrões da Marcha das Escolas da Ribeira Seca de 1992, que copiei de uma folha A4 que tem a seguinte referência “Dact. – V.S.”:

Lindas ruas enfeitadas,
As colchas dependuradas,
Nas janelas e varandas!...
Passam as marchas cantando,
Tão bonitas desfilando,
Vindo de todas as bandas!
Ribeira Seca serena,
Vem para a nossa verbena,
Trazendo animação.
Lá do alto vem o fogo,
E então o povo todo,
Dá vivas a São João.

Ribeira Seca, 5 de Junho de 2010
Teófilo Braga

Publicado no jornal “A Vila”, nº 408, 1 a 15 de Junho de 2010, p.7)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Espírito Santo 2010






Apontamentos para uma história das Festas do Espírito Santo na Ribeira Seca
Há cerca de vinte anos, comecei a tirar apontamentos sobre a vida social da Ribeira Seca de Vila Franca do Campo com o objectivo de tentar escrever uma monografia, sobre aquela localidade, que por afazeres diversos ficou pelo caminho.
Hoje, ao abrir uma gaveta deparei com um conjunto de sebentas com extractos de notícias de várias publicações, com destaque para a revista Phenix e os jornais A Crença, a Vila, o Sul e o Autonómico.
Atendendo a que no próximo dia 24 de Maio é dia do Espírito Santo, decidi dar a conhecer aos leitores do jornal A Vila alguns dados sobre as festividades em honra do Divino Espírito Santo que se realizaram no lugar (hoje freguesia) da Ribeira Seca.
Não temos qualquer informação acerca da data em que terão começado as festas do Espírito Santo na Ribeira Seca tal como parece não existir uma data para o começo das mesmas na ilha de São Miguel. A este propósito, Bernardino José Senna Freitas escreveu, depois de ter levantado a hipótese das mesmas terem começado em Vila Franca do Campo, que apenas poderia indicar uma data para a cidade de Ponta Delgada, apontando o ano de 1665, para a criação da Irmandade, e 1673, para a realização da primeira coroação.
A primeira data que encontramos para a realização de uma coroação na Ribeira Seca foi o ano de 1898, através de uma notícia publicada no jornal “O Sul”, de 4 de Junho daquele ano.
No ano de 1917, o império da Ribeira Seca teve uma receita de “duzentos e tantos mil reis”. Naquele ano, os responsáveis pelo império ofereceram um jantar aos presos que foi levado por pessoas daquela localidade acompanhadas pela Lira Camponesa, banda de música existente naquele local.
António Furtado Vinhateiro era, em 1919, o “despenseiro” do Império do Domingo de Pentecostes.
Em 1922, de acordo com o jornal “O Autonómico”, festejaram-se na Ribeira Seca dois impérios, o da Trindade e o de Pentecostes.
Em 1923, o senhor Manuel do Couto Medeiros, “abastado e bondoso conterrâneo”, segundo “O Autonómico”, ofereceu trezentos mil reis a cada um dos impérios da Ribeira Seca.
O senhor António Furtado Capitão era, em 1927, o depositário do império da Ribeira Seca.
No ano de 1933, era “encarregada” de um dos impérios da Ribeira Seca a senhora Maria Santa.
Em 1939, o senhor José Matias Andrade foi o responsável pelo império da Santíssima Trindade. Naquele ano, as festas foram animadas pela Fanfarra Lealdade.
Em 1961, o jornal A Vila fala na realização de um coroação, na Ribeira Seca, a qual foi acompanhada pela Banda Lealdade que terá tocado também no arraial.
No ano de 1969, o mordomo foi Manuel de Andrade e o responsável pela coroação João José Sardinha.
Em 1972, o mordomo do império da Ribeira Seca foi João José Sardinha.
No ano seguinte, 1973, o mordomo foi Álvaro José Sardinha, irmão do João José Sardinha.
Por último, deixaria aqui uma pequena nota acerca do modo como eram escolhidos os mordomos, pelos menos na década de setenta e oitenta do século passado, altura em que assisti a várias eleições.
Depois da realização da coroação no Domingo e no fim do Arraial que se realizava na Segunda-Feira, depois do Mordomo, ou de alguém por ele, apresentar as contas relativas às festas, procedia-se à escolha do Mordomo para o ano seguinte.
Esta era feita por todos os presentes, em frente ao Teatro, que caso estivessem satisfeitos com o trabalho do mordomo anterior, gritavam “Viva o Velho”. Caso contrário, ou quando o antigo não queria ou não podia continuar gritavam “Viva O Novo”, sugerindo um nome para tal que era levado em ombros até ao cimo do Teatro. Logo de seguida, realizava-se uma procissão em direcção à casa deste onde era levada a coroa e a bandeira.
Ribeira Seca, 18 de Maio de 2010
Teófilo Braga
Publicado no jornal “A Vila”, nº 407, 15 a 31 de Maio de 2010

Este ano o Espirito Santo de Pentecostes limitou-se à coroação. Não houve a chamada "despensa".

domingo, 23 de maio de 2010

Antepassados



Francisco Furtado Brum (avô de Manuel Soares)



Da esquerda para a direita: Teresa de Jesus Brum, Mariano Soares, Francelina e Francisco Soares.

sábado, 22 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Estudantes de Vila Franca num Curso de Formação Juvenil em 1973



Da esquerda para a direita: José Augusto Fonseca (de costas), Teófilo José Soares de Braga(então morador na rua do Jogo), Paulo Jorge Ferreira (na altura morava na rua da Palmeira) e Artur Couto ( que chegou a morar na Estrada Nova).

sábado, 1 de maio de 2010

Maios 2010



Maio no Aldeamento da Rua Nova



Maio na Rua da Cruz



Maio na Estrada Nova

Como todos sabemos, o modo de vida das nossas gentes tem-se alterado muito, deixando cair no esquecimento muitos dos ensinamentos e tradições que eram característicos dos nossos antepassados.
Já no início do século passado, o padre Ernesto Ferreira se referia aos Maios como uma “simples manifestação da poesia com que a alma popular celebra a sua comunhão com o renovamento da natureza” e manifestava o seu desejo de que os mesmos não desaparecessem “da rica mina dos costumes micaelenses”.
Lembro-me, desde criança, que alguns vizinhos meus faziam os seus Maios e a maioria os colocava à janela acompanhados sempre de um prato de papas de carolo (farinha grossa de milho). De acordo com o padre Ernesto Ferreira também era usual muitas famílias confeccionarem no primeiro dia de Maio aquelas papas “para significar que Abril vendeu um dia a Maio por um prato de papas, alusão ao facto de Abril ter menos um dia do que Maio”.
Outra tradição que, hoje, quase terá caído em desuso e que ouvia de minha mãe era a recomendação de me levantar cedo no primeiro dia de Maio, pois se tal não acontecesse o Maio entrava no corpo.
Este ano decidi ver se a tradição ainda é o que era e no primeiro dia de Maio percorri a Ribeira Seca, de Vila Franca do Campo, com o objectivo de ver os Maios, não dando por perdido o meu tempo. Com efeito, embora fossem apenas três os Maios encontrados, notei que houve algum investimento por parte das pessoas no sentido de tentar ilustrar como era a vida noutros tempos.
Na Rua da Cruz, encontrei uma reconstituição de uma cozinha antiga, do tempo em que não se falava no uso do gás e a iluminação eléctrica era ainda uma miragem. Na Estrada Nova, encontrei a representação de uma actividade já desaparecida, um homem a forrar uma casa com palha. Por último, no Bairro situado no fim da Rua Nova, para além da representação de uma pescaria, vi uma maia a fazer, se não estou em erro, bolo de sertã.
Para terminar, depois de recomendar a leitura do Livro “A Alma do Povo Micaelense”, do padre Ernesto Ferreira reeditado pela Editora Ilha Nova, aqui deixo um conto que faz parte do texto “Os Maios” da publicação referida:
“Certa vez, em um primeiro de Maio, encontraram-se junto de uma fonte dois namorados: uma rapariga, que já ia retirar-se com o seu cântaro cheio de água à cabeça, e um lavrador, que caminhava para o trabalho, com o seu arado às costas. Falaram, falaram muito. E tam enlevados estiveram na sua conversa, tam alheios às misérias deste mundo, que a noite chegou sem darem por isso. Quando despertaram do seu sonho de felicidade, exclamou a casta donzela sentidamente:
Dia de Maio
De má ventura
Mal amanhece
É noite escura”

Rua do Jogo, Ribeira Seca, 2 de Maio de 2010
(Publicado no Jornal “A Vila”, nº 406, 1 a 15 de Maio de 2010)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Roubos nas lojas, nas quintas e nas casas de Vila Franca do Campo geram indignação de populares e comerciantes



Porta arrombada a 29 de Março de 2010


Manga comida pelas cabras, dia 29 de Março de 2010



Furto de criptomérias no dia 27 de Fevereiro de 2010

Pese embora a polícia não ter dados dos roubos no concelho, porque as pessoas não fazem queixa - , o Comissário Ruben Medeiros diz que a polícia está atenta a esta manifestação de insegurança...

Depois de um período de acalmia, a população e os empresários de Vila Franca do Campo estão desesperados com a onda de furtos que está a acontecer no concelho, desde Água d´Alto à Ribeira das Tainhas passando pelo centro da primeira capital de São Miguel. Ao Correio dos Açores um empresário de Vila Franca do Campo diz que nada está a escapar ao amigo do alheio. Todos os dias há furtos em residências, estabelecimentos comerciais, quintas e estufas.

O comerciante – que é proprietário de uma rede de estabelecimentos comerciais – diz que os ladrões (alguns conhecidos da população) vendem ananases e não têm estufas nem os compram a quem os têm; vendem laranjas e outras frutas e não têm quintas, enfim “vive-se um ambiente de impunidade e não sabemos como é que se controla isso. Há muita gente que é assaltada e que não faz queixa na polícia porque vai gastar o seu tempo mas como os ladrões não foram apanhados em flagrante delito não há seguimento”.

Mais diz que há núcleos referenciados na Vila Franca de que podem ser os autores dos crimes mas sem flagrante “de pouco vale”. Também opina que “isso não é obra de desempregados que por via da crise ficaram sem emprego mas sim de drogados”.

Sobre a legislação, este empresário – identificado perante a nossa redacção – não se coíbe de dizer que a culpa não é dos magistrados mas sim dos deputados que fizeram as leis que deixam este sentimento de impunidade na opinião pública.

Diz que sempre que acontece um roubo nas suas lojas faz a participação porque os amigos do alheio levam de tudo mas o sentimento que fica é de que pouco se fez em relação ao muito que foi roubado. Portanto, “Em Vila Franca do Campo o ambiente que se vive é de impunidade e de insegurança – não porque tenhamos medo mas porque ficamos sem os nossos haveres”.

O Comissário Ruben Medeiros da Polícia de Segurança Pública disse ao nosso jornal que à esquadra de Vila Franca do Campo, sob o ponto de vista estatístico, não chegaram quaisquer denúncias e/ou ecos formais deste tipos de situações relatadas pela população e pelos empresários. Daí que o Comissário aproveite a ocasião para lançar o repto às pessoas para que elas denunciem as situações para que os agentes de autoridade possam trabalhar sobre a dimensão do problema.

Por outro lado, diz que a polícia também tem conhecimento de que há gente que furta fruta e vá vender a preços mais baixos a pessoas idosos. Diz que quando situações do género são detectadas os agentes de autoridade apreendem a fruta, mas depois como não há queixa a polícia não a pode devolver porque o proprietário da mesma não deu participação do acontecido. “Não sabemos a quem devolver porque ninguém denunciou”. Ruben Medeiros também sublinha da necessidade que há de as pessoas quando desconfiarem de que há alguém a vender fruta e/ou produtos hortícolas e que desconfie que é furtada – por quem está a vender não lhe ser conhecido quaisquer terrenos/pomares onde os possa apanhar e/ou cultivar – que denuncie às autoridades competentes.

Pese embora a polícia de Vila Franca do Campo não ter dados concretos dos furtos e roubos ocorridos em massa no concelho, Ruben Medeiros diz que a polícia está atenta a esta manifestação de indignação e de insegurança que as populações do concelho vivem em lugares concretos e garantiu que vai ser dirigido para aquelas zonas um maior policiamento para que as pessoas se sintam mais tranquilas. Sempre que há algum sentimento de insegurança, mesmo que a polícia não tenha queixas, há reforço dos agentes da autoridade, como já aconteceu, por exemplo, na Relva que só pelo facto de haver mais polícias na zona o número de roubos baixou. Em outras zonas também tem acontecido o mesmo.

Autor: Nélia Câmara

Fonte: Correio dos Açores, 06 Abril 2010

Nota- Confirmamos o acima transcrito. Na Ribeira Seca a situação é semelhante: casas assaltadas memso durante o dia, pastagens invadidas por gado (vacas e cabras), furtos de árvores, plantações de árvores de fruta destruídas pelas cabras, ameaças de morte aos proprietários, etc.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Porca da Política anda a fazer estragos na Ribeira Seca



Depois de ter impedido que o tradicional cortejo dos Reis Magos saísse este ano, a guerra entre PS e PSD está a tentar estragar as marchas de São João. Leiem a notícia que foi publicada hoje no Açoriano Oriental de hoje.

" A atribuição da organização da Marcha de São João da Ribeira Seca de Vila Franca do Campo está a gerar discórdia entre a Associação dos Jovens Unidos da Ribeira Seca e a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo. Em causa está uma decisão recente de António Cordeiro, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, que passou a organização da Marcha da Ribeira Seca para a Junta de Freguesia, marcha essa que a Associação de Jovens Unidos da Ribeira Seca diz ter sido organizada por eles desde 2000. Emanuel Medeiros, presidente da Direcção da Associação de Jovens Unidos da Ribeira Seca, e antigo presidente da Junta de Freguesia, eleito pelo PSD, afirma não entender a decisão de António Cordeiro, que acusa de agir com interesses políticos. “Este facto, embora nos tivesse apanhado de surpresa, não teria causado grande desagrado e indignação se há menos de um mês e a pedido do senhor presidente da Câmara Municipal, não tivéssemos reunido para, entre outras actividades a realizar por esta associação, combinar e ter ficado acordada a organização da Marcha de São João 2010. Gostaríamos de saber o que motivou o presidente da Câmara Municipal para que, em menos de um mês, tivesse dado o dito por não dito e faltado à palavra”, afirmou. Ouvido pelo Açoriano Oriental, António Cordeiro respondeu que “quem organizava a marcha eram as pessoas. A Associação servia para receber o financiamento da Câmara Municipal, porque as autarquias não podem transferir dinheiro para as Juntas de Freguesia. Na prática, quem faz a marcha da Ribeira Seca são as pessoas da Ribeira Seca. Como o anterior presidente da Junta derrotado é o actual presidente da Associação de Jovens Unidos da Ribeira, tire daí as suas conclusões. A Associação devia estar mais preocupada em dialogar com as pessoas”." if/rjc

domingo, 17 de janeiro de 2010

16 de Janeiro - Ribeira Nova





Ontem,prosseguiram os trabalhos de limpeza, sobretudo de silvas. Foi, também, pintado o portão cujos trabalhos de instalação começaram na semana anterior.

Durante o percurso de um pequeno troço da ribeira, observamos pela primeira vez, na zona, uma planta endémica dos Açores, o patalugo-maior (Leontodon filii).